quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Regras do Jogo

Para começar é necessário conhecer as regras do xiangqi.

Cada jogador joga uma peça à vez com o intuito de capturar o rei inimigo. À excepção do canhão, as peças são capturadas quando a posição em que se encontram é ocupada por uma peça inimiga. A peça capturada é então removida do jogo.
Se o rei for atacado, ou posto em "xeque", é obrigatório que na jogada seguinte se ponha a salvo. Caso isto não seja possível o rei encontra-se em "xeque-mate" e o jogador em questão terá perdido o jogo.

A acção desenrola-se num tabuleiro de 9x9 casas, sendo cada casa representada pela intersecção de linhas.
À faixa que divide o tabuleiro ao meio dá-se o nome de rio, e de cada lado do campo, a um conjunto de casas interligadas por linhas diagonais, dá-se o nome de palácio ou fortaleza.
Estes elementos condicionam o movimento de certas peças, e por isso a sua finalidade ficará mais clara quando forem explicados os movimentos das peças.

Na seguinte imagem podemos ver as posições iniciais.

Posição inicial


Cada jogador tem ao seu dispor:

  -5 peões
  -2 torres
  -2 canhões
  -2 cavalos
  -2 elefantes
  -2 conselheiros
  -1 rei



Movimento do peão
Peão:

Esta peça é bastante simples, pois pode apenas andar para a frente uma casa. Isto até que atravesse o rio a meio do tabuleiro, pois em campo inimigo o peão promove e passa a poder mover-se para os lados, mas nunca para trás. Ao contrário do peão do xadrez ocidental este não come na diagonal, sendo que o ataque corresponde ao movimento.



Movimento da torre
Torre:

Aqui não há nenhuma diferença para o xadrez ocidental, ou seja move-se o numero de casas que quiser horizontalmente ou verticalmente desde que outra peça não bloqueie a trajectória.





Canhão:

Movimento do canhão
Esta é sem duvida a peça mais exótica do jogo. O seu movimento é em tudo igual ao movimento da torre excepto na forma de capturar. Para capturar, é necessário que uma terceira peça se encontre entre o canhão e o alvo, independentemente de ser inimiga ou não. A distância entre as três peças não é importante desde que estejam alinhadas e com a terceira peça no meio. No momento da captura o canhão passa por cima da peça intermédia e vai ocupar a posição da peça capturada.
Este movimento só é permitido quando se efectua de facto uma captura.



Movimento do cavalo
Cavalo:

Trata-se mais uma vez de uma peça semelhante à correspondente no xadrez ocidental. Desta vez a diferença encontra-se no facto de poder ser bloqueada. No xiangqi o cavalo tem uma trajectória pré definida: primeiro percorre numa direcção ortogonal, e depois segue na diagonal para a casa pretendida.
Esta trajectória permite que o cavalo seja bloqueado, bastando que para isso uma peça ocupe uma casa adjacente ao cavalo.



Movimento o Elefante
Elefante:

O elefante move-se sempre apenas duas casas na diagonal e não consegue atravessar o rio. Por este motivo é uma peça defensível por natureza. É de notar que este esquema de movimento apenas permite ao elefante ocupar 7 casas no tabuleiro. 

Movimento do conselheiro
Conselheiro:

À semelhança do elefante, o conselheiro move-se apenas uma casa na diagonal, estando este confinado ao palácio. Isto significa que apenas pode ocupar 5 casas no tabuleiro.






Movimento do rei
Rei:

A peça fundamental do jogo.
Move-se apenas uma casa na horizontal ou na vertical. Assim como o conselheiro, o rei não pode sair do palácio. Tem portanto 9 casas dentro do palácio que pode ocupar.





Ao contrário do xadrez, no xiangqi um jogador que não esteja em xeque, mas que também não tenha jogadas disponíveis sem que se ponha em xeque, perde. É proibido dar xeque perpetuadamente repetindo as mesmas jogadas, nesta situação, o jogador responsável é forçado a alterar a jogada.
Existe ainda uma regra especial segundo a qual os reis nunca podem estar frente a frente com a linha livre entre si. Isto vem facilitar o xeque-mate na fase final do jogo.

Agora resta apenas experimentar jogar!


sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Introdução


Bem-vindo,

É minha intenção, com este blog, ajudar a divulgar o xadrez chinês em Portugal, mais conhecido como Xiangqi.

Trata-se de um jogo bastante semelhante ao xadrez ocidental, sendo que talvez a maior diferença seja a nível estético.
Ao contrário do que estamos habituados, as peças de Xiangqi têm todas o mesmo formato redondo sendo apenas destingidas entre si através de um carácter chinês, ou Kanji. Para além disto ocupam as intersecções das linhas do tabuleiro, ao invés dos quadrados como no xadrez ocidental.

Na China é habitual jogar-se Xiangqi nas ruas

Apesar de ter algumas regras diferentes, e até uma peça nova (um canhão!), aplicam-se os mesmos princípios. Cada jogador tem um rei, e o objectivo é pôr o rei inimigo em cheque-mate. Para isso irão jogar uma peça à vez, sendo que cada peça diferente terá opções de movimento diferentes. Parece familiar?

Existem tabuleiros "ocidentalizados", cujo propósito é proporcionar o mesmo jogo de Xiangqi, mas com um aspecto mais familiar. Tornam-se então mais claras as semelhanças entre os dois jogos.

 Tabuleiro tradicional de Xiangqi vs tabuleiro de Xiangqi "ocidentalizado".

Contudo, verificam-se diferenças mesmo ao nível do tabuleiro. Para além da diferença de formato (9x9 casas em vez de 8x8), o próprio tabuleiro não é homogéneo, tendo dois palácios (um para cada jogador) e um rio a dividir os dois lados do tabuleiro.

Em breve iremos explorar mais detalhadamente a forma como estes elementos afectam o jogo. Para já pretende-se apenas fazer uma breve introdução.
Este é então o aspecto de um tabuleiro de Xiangqi com as respectivas posições iniciais.

Tabuleiro de Xiangqi com a disposição inicial das peças.

Resumindo, espero que o leitor leve deste blog um pouco do meu limitado conhecimento assim como um pouco da minha grande admiração por este jogo, e claro, vontade de o experimentar!